Friday, April 10, 2009

A mais nova mídia: POMBOS!

Pessoal,

Li esta materia e achei muito estranhooooo!!!!

"Agência britânica irá lançar pombos com dispositivo que envia mensagens para telefones móveis nas ruas; iniciativa conta com tecnologia do exército norte-americano.
A agência britânica Creative Orchestra desenvolveu uma nova mídia que pode desagradar a muitas pessoas: os pombos equipados com GPS que podem sincronizar-se com telefones celulares. Utilizando eletromagnetismo, as aves podem sobrevoar os locais de seus "alvos". Elas utilizariam a tecnologia Byrd, que é do Exército dos Estados Unidos, que faz com que os pombos saíram de seu percurso natural e fiquem restritos a uma região pré-definida. Com isso, o target pode ser identificado por um pombo que lhe enviaria uma mensagem digital por um equipamento colado a seus pés.
A matéria do Brand Republic diz que apesar do ineditismo da idéia de se levar mensagens comerciais por pombos, essas aves são utilizadas há décadas para carregar mensagens e suprimentos para forças militares. E o mais cômico (e vergonhoso, para nós): elas já são utilizados por gangues no Brasil para levar e receber mensagens da prisão (notícia que saiu nesta quarta-feira, 1º, em diversos jornais brasileiros).
A idéia da agência, que diz ter já dois clientes interessados, é lançar 1 mil pombos da praça Trafalgar nesta quarta-feira, para mostrar a efetividade do sistema. A agência lida com a idéia de que no verão europeu, as pessoas saem mais de casa e ficam menos no computador. Além disso, a estratégia seria uma forma mais focada de publicidade out-of-home, podendo entregar a mensagem ao consumidor por um décimo do preço de outdoors."
Com informações do Brand Republic.

Monday, April 06, 2009

Banco de Dados - "Web Profunda"

Debatemos na última aula sobre banco de dados na internet...segue matéria do New York Times reproduzida pela Folha de São Paulo de 30 de março. O texto cita uma pesquisadora brasileira, Juliana Freire, professora da Universidade de Utah.

Pesquisadores tentam explorar recônditos do universo digital
Por ALEX WRIGHT

Em meados de 2008, o Google discretamente alcançou um marco: o trilionésimo endereço da sua lista. Mas, por maior que esse número pareça, ele representa apenas uma fração de toda a internet.Além desse trilhão de páginas há uma web mais vasta de dados ocultos: dados financeiros, catálogos de compras, horários de voos, pesquisas médicas e todo tipo de material guardado em bancos de dados geralmente invisíveis aos buscadores.Os desafios dos grandes mecanismos de busca para penetrarem nessa chamada "web profunda" explicam em grande parte por que eles ainda não conseguem responder satisfatoriamente a perguntas como "Qual é a melhor tarifa de voo de Nova York a Londres na próxima quinta?". Agora, está surgindo uma nova leva de tecnologias que ampliará o alcance dos buscadores até os recônditos da web. Quando isso acontecer, não só melhorará o resultado das buscas -poderá até redefinir a forma como as empresas atuam on-line.Os buscadores dependem de programas "crawlers" (rastejadores), que juntam informações seguindo as pistas dos hyperlinks que unem a rede. Embora isso funcione bem para as páginas que compõem a superfície da web, esses programas têm dificuldade em penetrar bancos de dados formulados para responderem a consultas digitadas."A web 'rastejável' é a ponta do iceberg", diz Anand Rajaraman, cofundador da Kosmix, empresa que criou um software de análise de bancos de dados que tiverem mais chances de gerarem informações relevantes, para então apresentar uma visão geral do assunto retirada de múltiplas fontes. "A maioria dos buscadores tenta ajudá-lo a encontrar uma agulha em um palheiro", disse Rajaraman. "Mas o que nós estamos tentando fazer é ajudá-lo a explorar o palheiro."O palheiro é infinitamente grande. Com milhões de bancos de dados conectados à web e incontáveis permutações de termos de busca, simplesmente não há como um buscador, por mais poderoso que seja, peneirar todas as combinações possíveis. Para extrair dados significativos da "web profunda", os buscadores têm de analisar os termos de busca do usuário e entender como mediar essas consultas junto a bancos de dados específicos.A brasileira Juliana Freire, professora da Universidade de Utah, trabalha no ambicioso projeto DeepPeep ("espiada profunda"), que pretende vasculhar e indexar todos os bancos de dados públicos da web. Extrair o conteúdo de conjuntos de dados tão díspares exige um sofisticado jogo de adivinhação informática. O DeepPeep começa fazendo um pequeno número de consultas-exemplo, "para que possamos então usar isso para ampliar nossa compreensão dos bancos de dados e escolher quais palavras procurar", disse ela. Para além da esfera das buscas para o consumidor, as tecnologias da "web profunda" podem no futuro permitir que as empresas usem os dados de um jeito novo. Por exemplo, um site de notícias locais poderia ampliar sua cobertura permitindo que os usuários consultassem registros públicos armazenados em bancos de dados do governo.

Segue uma notícia reproduzida pelo Estadão...só para constatação, pois não é nenhuma novidade, o Google quer controlar o "ciberespaço"...democracia, cadê? Os negócios, o dinheiro fala mais alto, como sempre...e por falar em Twitter, o que tem de tão diferente? Não consigo entender...me desculpem os fãs..

http://www.estadao.com.br/noticias/tecnologia,google-pode-estar-em-conversas-para-aquisicao-do-twitter,349664,0.htm

Sexta-feira, 3 de abril de 2009, 16:43 | Online

Google pode estar em conversas para aquisição do Twitter

Blogs especializados em tecnologia dos EUA especulam sobre possível acordo ou parceria entre serviços

Ana Conceição - Agência Estado

SÃO PAULO - Blogs especializados em tecnologia nos Estados Unidos especulam sobre uma possível compra ou parceria do serviço de mensagens Twitter pelo gigante de buscas Google Inc. Enquanto um deles diz que um acordo de compra pode sair por US$ 250 milhões, outro afirma que ambos os serviços estariam apenas negociando uma parceria em "produtos relacionados".

Tudo começou com o TechCrunch citando duas fontes que dizem que o Google estaria em negociações para comprar por mais de US$ 250 milhões uma das mais recentes sensações da internet. O valor, segundo o blog, seria menor que os US$ 500 milhões oferecidos ao Facebook alguns meses atrás. "Por quê o Google iria querer o Twitter? Temos argumentado há algum tempo que o que vale a pena no Twitter é o serviço de busca", afirmou Michael Harrington, dono do blog, que é parceiro do site do jornal Washington Post.

Uma terceira fonte disse ao TechCrunch que as discussões para aquisição ainda estão em estágio inicial e que ambas as companhias estudam trabalhar juntas em um mecanismo de buscas em tempo real.

Horas depois, o blog BoomTown, disse que a informação não procedia de acordo com "uma série de fontes". "Twitter e Google estão simplesmente engajados em discussões sobre uma parceria em serviços relacionados", disse o blog, citando uma fonte, que se referia a buscas em tempo real e o serviço de "microblog". Segundo o BoomTown haveria outras companhias interessadas na compra ou parceria com o Twitter, como a Microsoft, o Yahoo, News Corp., Time Warner, AOL, Cisco, Comcast, etc.

A popularidade do Twitter, que permite que os usuários mandem mensagens gratuitas aos amigos de até 140 caracteres, tem crescido vertiginosamente desde seu lançamento, em agosto de 2006. Até agora, contudo, o serviço não conseguiu gerar receita. Seu co-fundador, Biz Stone, disse na semana passada que espera encontrar meios de gerar caixa, incluindo a cobrança para contas comerciais, usadas por empresas. Ele afirmou que o Twitter continua focado no crescimento. Até agora, tem seis milhões de usuários. Apenas em 2008, sua taxa de crescimento foi de 900%.

Harrington, do TechCrunch, disse que se o negócio prosseguir, seria a segunda venda que os fundadores do Twitter fariam ao Google. Cinco anos atrás eles venderam o "Blogger" ao gigante de buscas. As informações são da Dow Jones.

Sunday, April 05, 2009

Para quem se interessa por cognição

Santo remédio à base de sustenidos e de bemóis

Pesquisas, teorias e livros que defendem os fins terapêuticos de certos ritmos

Sérgio Augusto (Reproduzido de O Estado de S.Paulo de 04/04/09

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090404/not_imp349798,0.php

Ruim da cabeça? Angústia? Depressão? Estresse? Hipertensão? Tiques nervosos?O divã pode ser uma solução; Prozac, Zoloft, Lexotan, Rivotril, betabloqueadores também; mas o único tratamento sem contraindicação para todos esses e outros males é a música. Seus efeitos colaterais praticamente inexistem, embora crianças assustadiças não devam ser submetidas às cortantes violinadas que Bernard Herrmann compôs para o assassinato de Janet Leigh em Psicose, sob pena de perderem o sono ou, pior ainda, sofrerem um ataque de "epilepsia musicogênica" semelhante ao que vitimou um crítico musical do século 19, chamado Nikonov, em quem a ópera O Profeta, de Meyerbeer, sempre provocava convulsões. Mas patologias como a de Nikonov são raríssimas.

Música é uma bênção para o corpo e o espírito. Pura superstição aquela história de que Tristão e Isolda poderia enlouquecer seus ouvintes mais delicados. Por ir fundo às mais recônditas regiões da psique, ativando quase todo o cérebro humano, dos centros nervosos sensitivos ao córtex pré-frontal, cerebelo, hipocampo e córtex motor, a música mexe com as atividades racionais, as emoções, a memória e os movimentos do corpo humano. Indutora de dopamina, serotonina e adrenalina, ela emociona, acalma, relaxa, enleva, consola, inspira, levanta o ânimo e excita ("Ouvimos música com os nossos músculos", apregoava Nietzsche). Já se desconfiava disso desde, pelo menos, Platão.

A musicofilia é inata no ser humano. A fala, aliás, teria derivado, segundo Darwin, da música primal que nossos ancestrais semi-humanos usavam para atrair um parceiro. Os hominídeos paleolíticos já cantavam, comprovou Steven J. Mithen em seu estudo sobre a origem da música, da linguagem, da mente e do corpo, The Singing Neanderthals (Harvard University Press), publicado em 2005.

Assim como a inteligência nada tem a ver com a sensibilidade musical (do contrário, Nabokov e João Cabral de Melo Neto, dois notórios ouvidos de chumbo, não teriam feito o que fizeram), a burrice nunca foi empecilho para o desenvolvimento de algum tipo de musicalidade, ativa e passiva. Oliver Sacks refere-se a um retardado mental que sabia de cor duas mil óperas, era um "dicionário de música ambulante" e assim foi definido num capítulo de O Homem Que Confundiu sua Mulher com um Chapéu, reaparecendo, com maior destaque, no recente Alucinações Musicais - Relatos sobre a Música e o Cérebro, também traduzido pela Cia. das Letras.

Muito se progrediu desde as especulações de William James sobre a nossa "suscetibilidade à música" (e suas propriedades sedativas, consolativas e emocionais) e o hype em torno do Efeito Mozart (as crianças ficariam mais inteligentes, as galinhas poriam mais ovos e as vacas dariam mais leite se expostas a longas audições de sinfonias e concertos do Wolfgang Amadeus). Sobretudo no campo científico, graças à dobradinha neurociência-informática, que tornou possível estudar e monitorar a complexa orquestração dos milhões de neurônios que compõem o cérebro.

Datam de meados dos anos 1960 as primeiras observações de Sacks sobre os efeitos da música em pacientes com doença de Parkinson. O estudo pioneiro de Macdonald Critchley e R.A. Henson sobre as relações da música com o cérebro, Music and the Brain, foi publicado em 1977. Mas as pesquisas nesse campo atingiram novo patamar na Universidade Médica Paracelsus de Salzburgo, na Áustria, onde a dra. Vera Brandes implantou um programa de pesquisas sobre música e medicina. Com ela, a musicoterapia ganhou (ou está prestes a ganhar) uma farmacologia.

Nada em frascos, bem entendido. Nem comprimidos, nem cápsulas, nem gotas, nem injeções de Beethoven (ou de Mantovani), nem emulsões de Scott Joplin ou soros hardrock punk estão previstos. Florais de Bach? Já bastam os que o dr. Edward Bach legou à homeopatia. O que de benéfico Johann Sebastian nos tem a oferecer está em suas fugas - e, a exemplo dos benefícios à saúde proporcionados por outros músicos e compositores, contido num artefato de armazenamento digital de áudio. É "remédio" de aplicação exclusivamente auricular, capaz de fazer nosso cérebro zunir com intensa atividade neural.

"Ouvir música de qualidade e frequentar concertos com certa regularidade rejuvenesce as pessoas", promete o dr. Michael F. Roizen, do Wellness Institute da Clínica de Cleveland, que admira e acompanha o trabalho da dra. Brandes. "Música de qualidade alivia o estresse, retarda o envelhecimento das artérias e ajuda a enfrentar fatores ambientes adversos e cancerígenos, benefícios que assistir a competições esportivas, por exemplo, não oferece", assegurou ele no congresso Mozart & Ciência, realizado em Viena, em novembro passado.

Até pode ser, mas o conceito de "música de qualidade" é relativo. O produtor de discos e neurocientista Daniel J. Levitin, autor de um livro excelente e delicioso de ler sobre o funcionamento do cérebro sob o efeito de sons harmoniosos e dissonantes, This Is Your Brain on Music (Palmer, 2006), tem uma visão bem mais eclética da sedução e da eficácia terapêutica da música. Suas análises não se limitam aos clássicos; cobrem também o jazz, o pop e o rock; de Abdul (Paula) a Zeppelin (Led). A música que me encanta e constaria da minha receita pode não ser a mesma de que o prezado (& angustiado & deprimido & estressado) leitor prefere e talvez precise aplicar em sua complexa máquina cognitiva.

Os mais estranhos sortilégios da música estão registrados em toda parte. Em seu último livro, Oliver Sacks registra dois casos extremos de musicofilia: o de um ortopedista que aprendeu música depois de atingido por um raio e o de um musicólogo inglês que teve toda a memória apagada, menos a musical. Tony Cicoria, o ortopedista atingido por um raio, saiu do choque com uma vontade louca de ouvir piano, especialmente Chopin, e em questão de meses, partindo do zero, transformou-se num pianista. Clive Wearing, o musicólogo que uma infecção meningocócica condenou à amnésia, não se lembra de nada, só das músicas que ouviu desde a infância. O próprio Sacks recuperou-se das dores num joelho avariado nas montanhas norueguesas ouvindo repetidas vezes o Concerto para Violino, de Mendelssohn.

A dra. Vera Brandes, ex-produtora de shows e concertos, responsável pelos célebres improvisos ao piano de Keith Jarrett em Colônia, em 1975, descobriu sua vocação para farmacologista musical ("a primeira do ramo", vangloria-se) quando se recuperava de um acidente de carro. Dividia o quarto do hospital com um budista, cujos parentes e amigos já entravam no recinto cantando e dançando. Vera sarou em duas semanas. A previsão era de meses.

"Só pode ter sido efeito da música", matutou. E começou a desenvolver "medicações" em forma de música, pesquisando, misturando e balanceando temas, ritmos, timbres e sonoridades, em "compostos medicinais". Primeira cobaia: sua mãe, vítima de câncer. Não a curou, claro, pois o poder de toda a escala musical não chega a tanto, mas ela durou muito mais tempo do que o previsto pelos médicos.

Para comercializar sua teoria, a dra. Brandes criou uma empresa, Sonoson, especializada em montar sistemas musicais personalizados para clínicas, que chegarão aos mercados alemão e austríaco no segundo semestre deste ano e ao americano, em 2010. Funciona assim: o paciente, depois de diagnosticado por seu médico, recebe uma espécie de iPod abarrotado de músicas, testadas em laboratório e com estímulos específicos, mais um fone de ouvido e um medidor de pulso para registrar batimentos cardíacos e outros índices fisiológicos. Parece musak de manipulação, homeopatia sonora, e é inútil, alerta a doutora, no combate a patologias complicadas e doenças infecciosas, mas tiro e queda para desordens psicossomáticas e o que ela qualifica de "doenças da civilização": ansiedade, depressão, insônia e certos tipos de arritmia.

Experiência similar ocorreu ao psicólogo americano Jeff Berger, que, a partir de dados sobre as influências da atividade musical no cérebro, fornecidos pelo dr. Gottfried Schlaug, neurologista da Escola de Medicina de Harvard, criou na internet uma emissora de rádio alternativa (sourcetone.com), "o primeiro serviço de saúde musical do mundo". Seu objetivo é promover o relaxamento, aumentar o vigor, estimular a criatividade e restaurar a felicidade dos ouvintes. Não tive tempo suficiente para testar sua eficácia. Cliquei a opção calmo/tranquilo, e na caixa de som do meu computador entrou Sade (Bullet Proof Soul), a seleção Rhythm & Blues, e , depois, Debussy (a seleção clássicos do século 20) e Joni Mitchell (jazz vocal). Não fiquei mais relaxado, nem mais criativo (de que este texto é uma prova cabal), mas meus tímpanos não se sentiram agredidos, um consolo.

Tentarei mais uma vez. Já me darei por satisfeito se diminuir a insônia.