Friday, February 16, 2007

Programa da disciplina "Interfaces Digitais"

INTERFACES DIGITAIS NAS ORGANIZAÇÕES E NA MÍDIA

Docente: Prof. Dr. Walter Teixeira Lima Junior

Ementa
A disciplina cruza os campos do conhecimento (design, mídias digitais, percepção visual e auditiva humana), proporcionando ao aluno entendimento abrangente sobre o desafio no que tange à construção de interfaces digitais hipermidiáticas nas organizações e na mídia. Os sistemas visual e auditivo humano são responsáveis pela absorção das informações apresentadas nas interfaces digitais elaboradas para web, HDTV, dispositivos móveis (celular e PDA’s).
Para isso, o aluno manterá contato com conteúdos sobre as percepções visual e auditiva humana, construção de sinais, símbolos e ícones, formatos da linguagem multimídia, evolução das interfaces digitais, arquitetura da informação, navegação, usabilidade e interatividade, que poderão ser aplicados na produção de interfaces digitais eficientes e eficazes.

Objetivo
A disciplina visa dotar o aluno de visão pluridisciplinar no campo das interfaces digitais, proporcionando: o entendimento sobre o funcionamento dos aparelhos visual e auditivo do ser humano quanto à captação de informação e seu armazenamento; compreensão de como as interfaces evoluíram até serem digitais e como funcionam tecnologicamente; aspectos fundamentais para construções de interfaces digitais on-line; análise dos impactos no surgimento de novas interfaces digitais.

Estratégias para aprendizagem
Aulas expositivas com discussões em grupo
Aulas com auxílio de Power Point e Breeze
Leituras de textos
Exibição de audiovisual
Exibição de conteúdo via Web

Processo de avaliação
Participação na disciplina- 1,0 ponto
Entrega de textos (2) – 1,0 ponto
Apresentação de seminário – 2,0 pontos
Produção de paper – 6,0 pontos

Conteúdo Programático

24 de fevereiro
Apresentação do professor e da disciplina
Informações sobre como serão ministrados os conteúdos e critérios de avaliação
Exibição de Audiovisual:
‘Mult touch reel’

3 de março
Exibição de Audiovisual:
Filme ‘Quem somos nós’

Debate

Aula sobre Percepções
Funcionamento do sistema visual e auditivo do ser humano (Processos cognitivos de absorção e retenção de informação áudio-visual)
- Anatomia do globo ocular
- Precisão Visual
- Sistemas de atenção
- Sistema auditivo

10 de março

Continuação das aulas sobre Percepções.

Aula sobre: Fundamentos das cores e formas
Sinais, símbolos e ícones
Exibição de audiovisual:
‘Alexandre Wollner’

17 de março
Evolução das Interfaces Digitais (Interação Humano-Computador/Interfaces Digitais)
Tecnologias e aplicações de Interfaces Digitais
Atividade:
Entrega do texto 1

24 de março
Do analógico ao Digital: quebra de paradgimas
Gramática tecnológica
Conceitos básicos de Interfaces Digitais
- Componentes básicos de Interfaces Digitais
- Conceito de imagem
- Sistemas de Vector Scan e Raster-Scan: pixels e frames
- Formatos Espaciais versus resolução, campos
- Imagens e movimento, frame rates
- Imagens em três dimensões
- Transmitindo imagens

31 de março
Linguagem multimídia
Roteiros
Interatividade

14 de abril
Estudos de comportamento em interfaces digitais online
Arquitetura da Informação
Navegabilidade
Usabilidade

28 de abril
Fundamentos e possibilidades – HDTV / IPTV
Atividade:
Entrega do texto 2

5 de maio
Novas interfaces e novas aplicações
Infográficos Multimídia
Móbile Interfaces

12 de maio
Apresentação de Seminários

19 de maio
Apresentação de Seminários

26 de maio
Apresentação de Seminários

9 de junho
Apresentação de Seminários

16 de junho
Apresentação de Seminários

23 de junho
Aula Final
Avaliação do curso
Atividade:
Entrega do paper final


Referência bibliográfica
AYKIN, Nuray.Usability and Internationalization of Information Technology. Lawrence Erlbaum Associates, 2004

Estudio Eyetrack Medios España: Analisis del comportamiento visual de los internautas y la efectividad de la publicidad online, novembro 2005

FRUTIGER, Adrian. Sinais & Símbolos. Martins Fontes, 2001

GERARD, Alexis; GOLDSTEIN, Bob. Going Visual. Using images to enhance productivity, decision making and profits. New Jersey: Wiley, 2005

GOSCIOLA, Viscente. Roteiro para as novas mídias: do game à TV Interativa, 2003

GUIMARAES, Luciano. A cor como informação. Editora Annablume, 2004

GUIMARAES, Luciano. As cores na mídia. Editora Annablume, 2003

JACK. Keith. Vídeo Demystified: A Handbook for the Digital Engineer. Oxford: Elsevier, 2005

JOHNSON, Steve. Cultura da Interface. Jorge Zahar, 2001

KRUG, Steve. Não me faça pensar. Alta Books, 2006

MALLOT H A, ALLEN J S. Computational Vision, Information Processing in Perception and Visual Behavior. MIT Press, 2nd Ed, 2000

Meyer Philippe. O olho e o cérebro. São Paulo: Editora Unesp, 2002

Morgan Kaufmann. Information Visualization: Perception for Design. Elservier, 2004

POYNTON, Charles. Digital.Video And HDTV: Algorithms.And.Interfaces, Elservier, 2003

PREECE, Jennifer; ROGERS, Yvonne; SHARP, Helen. Design de Interação: Além da Interação Homem-Computador. EUA: Bookman, 2005

RAMACHANDRAN, V. S. Encyclopedia of the Human Brain. San Diego: Academic Press, 2002

STOLARSKI, André. Alexandre Wollner: e a Formação do Design Moderno no Brasil. Cosac Naify, 2005

WADE, Nicholas J. Perception and Illusion: Historical Perspectives. NY: Springer Science, 2005

2 comments:

Sandra said...

Prof. Walter, segue o resultado da pesquisa que fiz sobre definições de interface. Gostei da proposta, encontrei muita coisa legal no percurso. O texto tem uma série de links, mas não sei como publicá-los... se houver uma maneira de fazê-lo, por favor me explique por e-mail. Obrigada!

Definições de Interface

Quando falamos em interface, logo pensamos na parte visível de um programa de computador, na tela do monitor, enfim, no que nos permite interagir com a máquina. Segundo Cláudia Duarte, Mestre em Tecnologia da Imagem pela Escola de Comunicação da UFRJ e sócia da Avelar & Duarte Consultoria e Design, interface é “um intermediador que regula a interação entre processos, não ficando apenas associada a computadores e usuários. Qualquer mediador (aos quais dispositivos ou agentes estejam relacionados) pode constituir uma interface”. Pode-se, portanto, ampliar o conceito: uma alavanca é uma interface. O telefone, a assessoria de imprensa de uma empresa também são. “A interface constitui um ambiente de relações”, diz Cláudia. “Mas fica sempre ‘entre’: entre dispositivos, entre representações, entre processos, contextos, agentes, entidades."

É exatamente isso que diz o filósofo Pierre Lévy, doutor em Ciência da Informação e da Comunicação pela Universidade de Sorbonne, na França: "interface é uma superfície de contato, de tradução, de articulação entre dois espaços, duas espécies, duas ordens de realidade diferentes: de um código para outro, do analógico para o digital, do mecânico para o humano [...] Tudo aquilo que é tradução, transformação, passagem, é da ordem da interface." (1993).

Um livro, por exemplo, pode ser considerado como uma interface, onde o princípio da escrita é apresentado como interface visual da língua ou do pensamento. A interface "livro" possui elementos que nos orientam em sua "navegação" (leitura), como a numeração das páginas, os títulos, subtítulos e o índice.

Realmente, o objetivo da interface é facilitar a interação entre dois elementos; nesse sentido, ela deveria ser transparente para o usuário. Existem, porém, pesquisadores que defendem a idéia de que a interface tem também uma função estética.

Em um interessante artigo (em inglês) publicado pela revista Receiver, da Vodafone, Lev Manovich – Professor de Artes Visuais na Universidade da Califórnia em San Diego – afirma que o paradigma da transparência fez sentido até a metade dos anos 90, quando as pessoas praticamente não utilizavam equipamentos de informática fora do trabalho. Mas o número de interações aumentou e esses equipamentos se tornaram companheiros íntimos das pessoas. Quanto mais se usa um celular, um computador, um MP3 player ou qualquer outro equipamento pessoal desse tipo, mais se está “interagindo com uma interface”. Segundo Manovich, “os designers não tentam mais esconder as interfaces. Em vez disso, a interação é tratada como um evento, opondo-se ao ‘não-evento’ do paradigma anterior da ‘interface invisível’. Colocado de outra maneira, o uso de equipamentos pessoais de informática é hoje concebido como uma experiência cuidadosamente orquestrada, em vez de meramente um meio para atingir um fim. A interação explicitamente chama atenção para si mesma. A interface envolve o usuário em um tipo de jogo. Pede-se ao usuário que devote significativos recursos emocionais, perceptuais e cognitivos para o próprio ato de operar o equipamento.” Segundo o novo paradigma, portanto, a interação tornou-se uma experiência não só estética, mas significativa.

Referência bibliográfica:
LEVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.

Unknown said...

Olá Walter, tudo bem?


Fiz uma breve pesquisa e encontrei algumas definições de interface, entre elas:

Em informática – interface do utilizador é o conjunto de características com a qual os utilizadores interagem com as máquinas, dispositivos, programas de computador ou alguma outra ferramenta complexa.

Interface física – é um dispositivo que efetua ligação entre uma porta de saída de um determinado equipamento a uma porta de entrada a outro equipamento. Ex. entre um computador de um periférico a um computador.

Interface jornalística – é a forma com a qual se conduz a notícia ao leitor, seja por meio de jornal, revistas, sites, etc.

Baseada nestas informações, concluo que interface é uma forma de conexão, seja entre pessoas e/ou entre máquinas.

Espero não ter ‘viajado’ muito na resposta.