Monday, March 30, 2009

Uma reflexão sobre o futuro do jornalismo

Segue uma matéria que saiu no Comunique-se sobre o futuro do jornalismo que se refere a um artigo do jornalista e diretor daThe Information Company nos EUA, Pedro Augusto Costa, também a seguir...

Vale a pena refletir. O que acharam?


Com crise da imprensa, profissionais questionam futuro do jornalismo

André Rosa, de São Paulo

Entusiasta dos modelos de colaboração na Internet, o jornalista e diretor da The Information Company nos EUA Pedro Augusto Costa publicou, no site InvestNews, um artigo sobre a sustentabilidade financeira da Wikipedia. Antes, tratou de convidar usuários do site Wikimedia no Brasil, para corrigir e ajustar o texto.
Cerca de 30 colaboradores o ajudaram a aprimorar o conteúdo do artigo - que, em um dos trechos, afirma: a Wikipedia, reunindo conhecimento de forma prática e ágil, está tomando o lugar dos jornais. "Todo mundo gera conteúdo e compete com você, e essa mudança está vindo de uma forma muito rápida", complementa Costa, profissional acostumado a "separar o joio do trigo" há 30 anos.
Nesse cenário onde artigos sobre ciência, economia ou tecnologia podem ficar melhores se escritos a várias mãos, em uma conversa onde leitores e espectadores participam da produção editorial, qual o papel de quem está acostumado a filtrar o que interessa? "E pra que esse profissional?", devolve Costa, questionando a necessidade do jornalista.
"Se todo mundo está convidado a ser jornalista, as pessoas ainda vão precisar de alguém que escolha suas notícias? Será que existirão repórteres daqui a cinco, seis anos? O jornalismo é uma atividade muito bonita para ficar apenas nas mãos dos jornalistas", provoca.
Outras vozesO debate sobre o futuro do jornalismo aumentou nas últimas semanas, coincidindo com as notícias sobre a crise nos jornais impressos, sobretudo nos EUA. Discurso similar ao de Pedro Costa, sobre a falta de otimismo da imprensa norte-americana, tem o colunista de O Estado de S. Paulo Pedro Doria.
Seu ponto de vista, que rendeu 140 manifestações em seu blog, Doria lembra que os números indicam aumento na circulação de jornais, mas por uma conjuntura econômica. Isso quer dizer, em suas palavras, que "os grandes grupos de mídia brasileiros têm mais tempo do que os norte-americanos para enfrentar as mudanças que já estão acontecendo".
Pedro Costa lembra que, diante desse impacto, a imprensa ainda não encontrou um modelo viável para pagar seus custos. "A mídia sabia que isso aconteceria e não fez nada para mudar, não se preparou para este futuro. E ainda é impossível dizer qual a alternativa para isso", conclui. Para Doria, três modelos estão sendo analisados: a publicidade, a existência de fundações mantenedoras e doações do público.
Autor do blog de sugestivo nome "O Jornalismo Morreu!", o professor do curso de Comunicação do Centro Universitário Una Jorge Rocha convidou jornalistas para analisar este panorama. Ao final, uma pergunta permanece sem resposta: "então, a partir daqui, para onde é que nós vamos?".
Entre tantas incertezas, a constatação de Pedro Costa é: "precisamos nos adaptar".

IN:http://www.comunique-se.com.br/index.asp?p=Conteudo/NewsShow.asp&p2=idnot%3D51463%26Editoria%3D8%26Op2%3D1%26Op3%3D0%26pid%3D123636624400%26fnt%3Dfntnl



20/03 - 18:38
Dinheiro, prá que dinheiro
New York, 20 de março de 2009 - Para o quinto website mais visitado do mundo, a Wikipedia , a enciclopédia colaborativa que busca reunir todos os conhecimentos do ser humano, dinheiro não é tudo na vida. Seu fundador, Jimmy Wales, um ex-trader de opções de Chicago, bem que tentou atrair patrocinadores no início da operação, mas foi rechaçado pelos hoje milhares de colaboradores que nutrem cerca de 12 milhões de páginas sobre tudo - ou quase tudo - que existe na Terra, em mais de 250 línguas. Por que? A verdade é que a Wikipedia não é apenas resultado de um sonho coletivo de conhecimentos livres para nós, terráqueos, mas é também uma amostra do movimento que nasce neste terceiro milênio: sem chefes ou empregados, sem prédios ou telefones, mas onipresente 24 horas por dia, 7 dias por semana, onde o cliente é o centro do universo e a mercadoria não é propriedade de um único dono.
Só tem um probleminha. Sem dinheiro, como esta conta fecha? Esta é a pergunta que não quer calar. Todos os projetos em volta desta nunca vista base de conhecimento, que inclui o Wikibooks, Wikiquote ou Wikinews, são sustentados por uma fundação, a Wikimedia Foundation , que está em San Francisco, mas que por motivos de segurança pouca gente sabe onde está. A Fundação recebe doações que dão para pagar a infraestrutura de rede e seus 25 funcionários, mas está pesquisando formas de rentabilizar a base de dados com projetos empresariais. Este mergulho no mercado é feito com extrema discrição e ética, mas o objetivo da organização é um mundo onde qualquer pessoa terá livre acesso à soma do conhecimento humano. O dinheiro, assim, tornou-se uma barreira que foi transposta com trabalho colaborativo e voluntário.
No documentário Join Us , da Tv Ideal, do Grupo Abril, a Wikipedia é mostrada como o centro do mundo colaborativo, que só surgiu com o advento da Internet. Andrew Lih, um ex funcionário da organização que acaba de lançar o livro "The Wikipedia Revolution ", explica seu sucesso como um "resultado natural" das forças do mercado. "O website tornou-se um fenômeno instantâneo por causa da oferta e demanda - conteúdo equilibrado e confiável é uma commodity rara, e com alta demanda", diz ele. E mais: "a Internet tem gente ansiosa para dividir conhecimentos profundos sobre qualquer coisa, mas até então este povo estava disperso geográfica e logisticamente - A Wikipedia simplesmente apareceu como um espaço para abrigar todo este conhecimento".
Pouca gente fala, no entanto, de outro fenômeno: A Wikipedia, reunindo conhecimento de forma prática e ágil, está tomando o lugar dos jornais. O jornalista Jonathan Dee, do The New York Times, comentou o fato de que o site não é apenas uma enciclopédia on line, mas também fonte de notícias sempre atualizada. Já tornou-se lenda o fato de que a Wikipedia furou a mídia tradicional dando em primeira mão a notícia de morte de gente famosa, como o apresentador da NBC Tim Russell, que sofreu um ataque de coração fulminante.
Quem está contra a Wikipedia? Algumas pessoas que criticam certas distorções ou mentiras em determinadas páginas - como o fato da cantora Britney Spears ter o mesmo espaço que o filósofo Sócrates, ou muitos professores que identificam pesquisas e deveres-de-casa dos estudantes copiados literalmente do site, sem nenhuma outra fonte. Mesmo a cópia sendo permitida pela licença da enciclopédia, a própria comunidade não aconselha essa atitude, pois eles não consideram a Wikipedia como fonte primária. Quanto a revista Time elegeu VOCÊ como a pessoa do ano em 2006, citou o sucesso da colaboração online e a interação de milhões de pessoas ao redor do mundo. É o que a Wikipedia representa.
(Pedro A. L. Costa - Dirige a The Information Company nos Estados Unidos.(pedro@theinformationcompany.net)

Fonte: site da Invest News

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